O projeto Kurv Guitar simula a interação de uma guitarra por dois módulos, um que controla as notas e acordes e outro da palheta. Através de um app, o sistema é configurado e seu som é executado pelo smartphone/tablet, seja guitarra elétrica, violão ou baixo. Por meio do acelerômetro dos módulos, é possível palhetar, alternar entre nota e acorde, subir e descer oitavas e até fazer vibratos. A proposta tem por base simplificar o processo de aprendizagem do instrumento e portabilizar a prática.
O módulo de botões é o controlador das notas e acordes. Através dos seus 8 botões, previamente customizados pelo app, você pode segurar notas e acordes, como se apertasse as cordas contra as casas do braço de um violão/guitarra. É possível alternar entre notas únicas e acordes apenas sacudindo para cima e para baixo rapidamente o módulo. Outro gesto como torcer a mão é capaz de gerar oscilações no som - conhecido como "vibrato" na música. E por fim, sacudir a mão para o lado superior ou inferior do "braço" da sua guitarra aumenta ou diminui a oitava das notas e acordes.
O segundo módulo, o de palheta, é mais intuitivo ainda. Basta sacudi-lo para vibrar as cordas e se sentir tocando uma guitarra real. O som pode ser de uma guitarra elétrica, violão acústico e ou de um baixo, que você pode escolher pelo aplicativo Kurv.
O aplicativo, por sua vez, permite diversos modos de uso. Entre eles: tutoriais, personalizar a escala cromática de sua guitarra e alternar para o Control Mode. Nesse outro modo de interação, você usa um módulo de botões em cada mão e é capaz de controlar softwares de áudio e editores MIDI e OSC.
O sistema se comunica por Bluetooth 4.0, para garantir uma latência baixa próxima a experiência de tocar um instrumento de verdade. Ambos os módulos possuem acelerômetros e outros sensores de movimento (não especificados no projeto), também de latência baixa. O módulo de botões também conta com tecnologia 3D-touch, que é sensível a pressão, podendo entender o espectro entre toques fortes e fracos A bateria dos módulos dura por 8 horas, sendo carregados via USB, e têm indicadores luminosos de LED.
Para trabalhar também esse aspecto, a empresa disponibiliza para compra seu SDK (Source Development Kit - pacote de ferramentas para desenvolver com o próprio produto) para quem se interessar em comprar. O pacote desenvolvedor, como eles rotulam, conta com programação gestual, customizar as bases de áudio e modificar a intercomunicação entre aplicativos através do sistema iOS. Apesar disso, você só é capaz de modificar seu próprio aparelho.
Link do projeto no IndieGoGo: https://www.indiegogo.com/projects/kurv-guitar-music#/
Propostas de mudança:
Parece contraditório pensar que o mesmo produto que propõe a democratização do "tocar guitarra" é o mesmo que teve que projetar duas versões de módulo diferentes só para suprir pessoas canhotas e destras (você só recebe uma das versões ao comprar). Se a forma do objeto já é muito próxima de algo simétrico, por que não tornar simétrico logo? A empresa pode alegar que para fins ergonômicos a solução deles é a mais apropriada. Mas imagino muito uma situação "Steve Jobs", onde pessoas fossem sendo demitidas uma atrás da outra até que alguém conseguisse deixar o objeto simétrico. Ou seja, acredito que seria possível resolver a simetria, só não tentaram o suficiente.
Outra proposta seria "gameficar" ainda mais a função do tutorial. Por que não aumentar a experiência a ponto do usuário se sentir um verdadeiro rockstar? Imagine que ao começar uma sessão de uma música que nunca tocou. O tutorial te leva a acertar as primeiras notas, o que imediatamente levanta a galera, que, ao reconhecer a música, grita e vibra com a playlist. Quanto mais você aprende a música e acerta, mais seus fãs o acompanham e amam seu som.
Como o produto conta com um SDK, mas é vendido a parte pelo mesmo preço do produto, o projeto pode desperdiçar um grande aliado. Se fosse possível o acesso do SDK por qualquer pessoa que comprasse o produto, um vasto grupo de curiosos e entusiastas da tecnologia poderiam trabalhar a favor do projeto, explorando diversas outras possibilidades. Além disso, a empresa poderia desenvolver uma plataforma para esses contribuidores publicarem seus trabalhos online, para que outros usuários testem.
É possível ainda pensar numa maneira da própria empresa acompanhar a popularidade dos "mods" desenvolvidos e trabalhar em cima dessa demanda para adicioná-los oficialmente no produto. Esse processo poderia potencializar a longevidade do sucesso do projeto, já que o sistema estaria constantemente renovando suas funções.